terça-feira, 25 de novembro de 2014

São Petersburgo - Rússia

Minha tática de turista sem planos não funcionou na Rússia. Posso até considerar como um país que eu quase não visitei porque foi tudo tão estranho, que agora, recordando dos detalhes da minha primeira vez em São Petersburgo, cheguei a conclusão de que acabei perdendo as melhores atrações que esse destino tinha a me oferecer.
Confusa durante o primeiro desembarque na Rússia. Fonte Própria
Desembarquei 02 vezes em São Petersburgo. Apesar de ser um destino em que havia overnight (quando passávamos a noite com o navio atracado no porto), o desembarque não era tão fácil pois era necessário apresentar o passaporte para carimbar (uma espécie de visto de turista emitidos pela equipe de imigração que ficava com sua tenda montada na saída do navio). Nós, Brasileiros, não precisamos de visto para ir á Rússia, porém, a imigração local sempre carimba o passaporte de todo mundo. Para mim, que era tripulante do navio, o passaporte não ficava comigo e sim, aos cuidados da Crew Purser ( gerente do departamento de recursos humanos a bordo) e então, é preciso informar com antecedência para retirar o passaporte. Havia também, um número máximo de desembarques, principalmente para a tribulação, já que a preferência sempre era para os passageiros, e, além disso, a barreira do idioma e da moeda (quase nenhum estabelecimento aceitava moeda estrangeira). Juntando tudo isso com a rotina de trabalho pesado do dia-a-dia, era bem fácil desencanar de desembarcar por lá...

Vista da cidade de São Petersburgo do Navio de Cruzeiros. Fonte Própria.

Vista da orla do Rio Neva durante a noite. Fonte Própria.

As duas experiências na Rússia foram bem diferentes. Da primeira vez, desembarquei sozinha, sem nenhuma excursão. Eu já tinha a informação de que não adiantava tentar pagar nada em Euro ou Dollar, então fui direto a uma casa de câmbio, o que não adiantou muito porque o valor mínimo de troca era de U$ 100,00, o que pra mim, que queria apenas passar umas horinhas e comprar uma água e algumas lembrancinhas, trocar 100 dólares era "too much". Optei por não trocar o dinheiro e essa escolha definiu também que eu não poderia fazer mais nada por lá. E quando digo nada, significa nada mesmo. Fui expulsa de uma espécie de restaurante que entrei para comprar água. Lembrando do momento, até que foi engraçado. Entrei pela porta de vidro e quando disse a primeira palavra em inglês aos atendentes do restaurante, fui empurrada para a saída. Eu fiquei falando: "_só quero comprar água. "; "_água, por favor!". Aquela sensação de hostilidade me dominou, sai indignada do restaurante e então, dei de cara com um McDonalds.
O restaurante do M amarelo versão Russa. Fonte Própria.
Lembrei de um trabalho que fiz no primeiro ano da faculdade de Turismo sobre Sinais Turísticos, onde aprendi que em qualquer lugar do mundo, sempre que você achar o restaurante do M amarelo, vai se sentir menos perdida, e é verdade, realmente fez eu me sentir menos excluída naquela cidade, mas só observei de longe o fluxo do restaurante, e era como qualquer outro, em qualquer lugar do mundo, só que Russo...





Fora esse desentendimento, o que me chamou atenção nesse dia foram a cúpula das igrejas, que na sua maioria, são revestidas de ouro, o uniforme dos meninos, que usam terno e gravata para ir a escola e um submarino atracado do lado do Empress.  Eu nunca tinha visto um submarino na vida!!!

Igrejas com cúpula revestida de ouro. Fonte Própria.

Meninos de uniforme para ir á escola. Fonte Própria.


Submarino da marinha Russa. Fonte Própria.



Da segunda vez preferi desembarcar com um grupo
de excursões. Fomos conhecer o Hermitage, um dos maiores museus de arte do mundo. E até aquele momento, o maior museu que eu já tinha visitado. Um complexo gigantesco, com pinturas, esculturas, monumentos, lustres, estátuas, distribuídos pelos 10 palácios de arquitetura espetacular. 04 horas de passeio ali não significa quase nada, tudo é lindo e gigante, salões abertos decorados com pinturas, obras de arte, colunas revestidas de ouro, todos os detalhes chamam a atenção. O problema do idioma foi resolvido com um gravador com fone de ouvido onde podia-se fazer uma visita guiada pelo museu em inglês, espanhol, francês, alemão; e as diversas cafeterias espalhadas pelo museu também aceitavam moeda estrangeira ou cartão de crédito, pude comprar minha água tranquilamente...

Praça da entrada principal do museu. Fonte Própria.

Carruagem de contos de fada guiada por cavalos de frauda. Fonte Própria. 

Hermitage. Fonte Própria.


Salão da entrada principal. Fonte Própria.

Escultura do rei Netuno do alto de um dos prédios do museu. Fonte Própria.

domingo, 2 de novembro de 2014

Tallinn - Estônia

Tallinn, Estônia. Fonte Própria.
Uma das entradas para Vanallinn. Fonte Própria.
Depois dessa experiência como Assistant Purser (recepcionista a bordo de navios de cruzeiro) trabalhando na Rota do Mar Báltico (Dinamarca, Suécia, Estônia, Rússia e Polônia), minha resposta para a pergunta: "_Que país você mais gostou ou gostaria de voltar para visitar?" se resumia á Estônia! E não era porque foi um destino que desembarquei umas 03 ou 04 vezes, número alto do ponto de vista de uma tripulante de primeira viagem. Como não havia Check -in (embarque de passageiros) naquele porto e, chegávamos cedo e saíamos no fim da tarde, era fácil conciliar as horas de descanso com um passeio por lá; E sim porque Tallinn é linda demais! Cada vez que andava, um pouquinho que fosse, por aqueles quarteirões cercado por muralhas e portais do centro histórico da cidade, me sentia dentro de um livro ou de uma aula sobre Feudalismo e Era medieval. 

Cada detalhe, a arquitetura, os castelos, a praça central com uma pequena feira que vendia desde artesanato local á trajes típicos, livros e souvenirs, as placas dos restaurantes e as bandeiras penduradas na fachada das casas, as barracas de pães, doces e petiscos com vendedoras vestindo trajes típicos também; 
Barraca  temática de amendoim caramelizado e amêndoas. Fonte Própria. 
Aquele lugar pra mim fazia eu voltar á minha infância. Aquela cidade só podia ter sido o cenário de Contos de Fada (série de tv norte americana exibida na TV Cultura nos anos 90 e que eu não perdia um episódio).

Vanallinn (que significa "cidade antiga" em estoniano, idioma oficial do país), é considerado como o mais preservado museu medieval a céu aberto do mundo.

Praça da Prefeitura e Feira de roupas e acessórios típicos. Fonte Própria.
Uma coisa que chama atenção na cidade é o contraste do centro histórico com a parte moderna da cidade. De um lado um cenário preservado, que oferece toda a infra estrutura turística, restaurantes, bares, museus, lojas de souvenirs e até atrações como o Tiro ao alvo com Arco e Flecha, por exemplo. De outro, uma cidade cosmopolita (até 1994 o país era controlado pelo exército russo, e anteriormente fez parte da antiga União Soviética). Hoje, com prédios e construções modernas, grandes centros comerciais (Shopping Center) mostrando claramente que ali existe um território muito bem demarcado para a industria do turismo e também uma nação em fase de crescimento acelerado.

Tiro ao alvo com arco e flecha em um cenário de Contos de Fada. Fonte Própria.
Vanalinn ao fundo, rodeada pela moderna e crescente Tallinn. Fonte Própria. 

Pontos Fortes de Tallinn:

1. A cidade histórica, que é tão bem organizada e sinalizada que se pode andar sem rumo que você não se sentirá perdido.

2. As construções medievais. Algumas cobram a entrada para visitação mas, pelo menos até 2009, quando a Estônia ainda tinha uma moeda própria (desde 2011 a Estônia faz parte da União Europeia e adotou-se o Euro no país) eram valores simbólicos, como 02 Kroons, por exemplo.

3. Todos que trabalham no centro histórico ou com serviços ligados ao turismo falam inglês fluentemente.

4. Pessoas vestindo trajes típicos. Geralmente elas trabalhavam em algum restaurante ou museu ou no tiro ao alvo; mas era muito legal mesmo, ver essas pessoas caminhando pela cidade como se fizessem parte de um espetáculo, um teatro de rua.

5.Fácil acesso do porto de passageiros á cidade histórica. Dava para ir caminhando até o Centro Histórico ou até um supermercado que era bem próximo ao porto. Acredite, quando se é tripulante de um cruzeiro marítimo, um bom supermercado pode ser o lugar mais atrativo da cidade...

Ponto nem tão forte de Tallinn (pelo menos pra mim):

1. Faz frio, mesmo no verão. Tive até que comprar roupas de inverno porque meu "Look Vou Trabalhar no Verão da Europa" não estava funcionando.

No dia de compras de inverno, resolvemos fazer uma pausa para uma cervejinha no 1° Pub da Estônia. Viva!!!
Hell Hunt - 1° Pub da Estônia. Fonte Própria.

Uma cervejinha depois do dia de compras de inverno. Fonte Própria.