sábado, 11 de julho de 2020

Ciclo de postagens nostálgicas - Recesso escolar antes da pandemia.

Olá queridos(as) estudantes! - se tem uma frase que eu escrevi todos os dias nessa quarentena, foi esse cumprimento. Quase todos os meus roteiros de aulas no Microsoft Teams iniciam assim... 😅

Olá pessoal,

Que loucura, que absurdo!
Essa é a terceira postagem que eu consigo escrever durante a pandemia, e a inspiração veio porque estamos em meados de julho! Eu sei, eu também não acredito que isso está acontecendo, entrei em casa em março, em abril ainda aconteceram algumas coisas; maio e junho eu tenho minhas dúvidas se realmente existiram, e assim chegamos em julho de 2020, sem nenhuma ideia do que está acontecendo e quando vamos entrar na fase da "normalidade" novamente.

Enfim, o fato é que nesse período, nas instituições de ensino, acontece uma pausa conhecida como férias escolares, por crianças e jovens estudantes,  seus pais e responsáveis; ou o tão aguardado Recesso Escolar, para nós, professores. Cabe dizer que com muitas ressalvas... O importante é que na maioria das vezes conseguimos ter um ou alguns dias de descanso, mesmo que isso seja bem relativo. Eu diria que quanto mais você trabalha e conhece o meio acadêmico, menos dias de recesso você terá. Eu, no começo da profissão, tirava meu recesso lindamente, e com o tempo ele foi sendo reduzido e reduzido, até chegarmos em 2020, ano que o mundo virou de cabeça pra baixo. Mas isso vocês já sabem...

Uma coisa que talvez você não saiba, é que eu sou professora da área de turismo, nessa área a gente não tira férias, a gente faz estudo do meio ou pesquisa de campo... 😊 Como nesse ano o tal recesso, se acontecer, será no sofá de casa, para acalentar meu coração de viajante apaixonada, resolvi fazer uma linha do tempo das minhas viagens nos meses de julho, trabalhando como docente.

Para começar, meu primeiro recesso:

Julho de 2010 - Argentina 

Essa viagem foi sensacional! Foi a primeira vez que viajei para o exterior de férias, sem muitos planos e com uma conhecida que virou amiga e companheira de altas aventuras, baladas e afins...

Momentos em Buenos Aires - julho de 2010.

Estudo do meio: se você nunca saiu do país, a Argentina é uma ótima opção para ser seu primeiro destino internacional. A capital Buenos Aires (BA) é bem cosmopolita, tem um ar de cidade europeia e, apesar do idioma local ser o espanhol, é fácil se comunicar, além do que, os Argentinos estão bem acostumados com os turistas brasileiros. Como qualquer lugar no mundo, é preciso ter atenção, cuidados com suas coisas e por onde anda, mas no geral, a viagem vale muito a pena. Na capital portenha há muitos lugares interessantes para conhecer, além de muitas festas e baladas para todos os gostos. Já o interior, é mais tranquilo e com um ar romântico. Mendonza, por exemplo, é uma cidade mais ao Norte, quase que na fronteira com o Chile e com clima de montanha, cercada de vinícolas, parques e praças com atrações culturais e para as crianças, ao ar livre, (festivais de música, circo, teatro), e paisagens maravilhosas também.

Momentos em Mendonza - julho de 2010.

Nessa viagem vivi muitas experiências novas, ví neve pela primeira vez, viajei com uma pessoa até então desconhecida, fomos nos conhecendo durante a viagem e nossa sintonia foi surpreendente. Eu estava no auge dos meus 20 e poucos anos, saíamos todos os dias e noites em Buenos Aires, conhecemos pessoas incríveis no hostel, curtíamos cada minuto, e no quarto dia de viagem, resolvemos partir para Mendonza para algo mais tranquilo... E foi igualmente maravilhoso, conhecemos um casal de brasileiros que estavam viajando em um Uno Mille, fizemos amizade e eles nos levaram para conhecer as montanhas, estradas e as paissagens do Parque Aconcágua. Até hoje me recordo daqueles dias, em que cada momento parecia um presente do universo. Cada vez que vejo as fotos dessa viagem, é como se eu estivesse lá de novo, engraçado como lembro de cada detalhe, de cada rosto, de cada situação... Viajar é mesmo mágico! <3 

Um dica: se for em julho pra lá, separe seu casaco mais pesado e a blusa de lã mais quentinha, que faz muito, muito frio!

Próxima parada? Chile!

Continua no próximo post...





domingo, 14 de junho de 2020

3 habilidades aprendidas com intercâmbios para esse momento de crise

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim!

Faz um tempinho que não escrevo mas, dessa vez, é muito mais tempo do que eu poderia imaginar... Isso porque meu último post foi no início da pandemia de Coronavírus no Brasil, e agora, estou a uns dias de completar 3 meses de quarentena.

Acho que aqui posso fazer um adendo: sim, estou cumprindo a quarentena a risca desde o dia 18 de março, saindo o mínimo de vezes possível, (só para fazer mercado na verdade, e uma vez a cada 2 semanas).

Enfim, minha rotina tem se resumido a cozinhar, limpar a casa,  trabalhar, trabalhar, trabalhar e descansar no sofá... A vezes tudo isso se mistura, paro de montar um conteúdo de aula para fazer o almoço (tipo lá pelas 4 da tarde), ou organizo as ideias de um novo plano de aula a meia noite, quando devia estar indo dormir para acordar para a aula ao vivo do dia seguinte, ás 7h30. Sim, meus horários sempre foram confusos e não é essa pandemia que está conseguindo mudar isso... De qualquer forma, o que queria contar pra vocês são algumas das habilidades que adquiri com minhas experiências internacionais, e que tenho reparado que tem sido importantes para eu conseguir lidar com essa situação que estamos vivendo...
O sofá se tornou o lugar mais acalentador da casa, 2020.
Bom, a primeira delas é aprender a lidar com imprevistos.

Há uma frase muito famosa que diz "Navegar é preciso, viver não é preciso". Acho que é do Fernando Pessoa. Uma vez escutei uma palestra ou lí em algum livro, não lembro ao certo, que a palavra preciso significava precisão e não, necessidade.

Se tem uma palavra que define essa pandemia, essa palavra seria "imprevisível".  É impossível prever quando isso vai acabar, quantas pessoas ainda vão se contaminar, o que vai acontecer daqui pra frente. Então, minha vida tem se resumido a tentar viver um dia de cada vez, e, sem dúvida, isso é mais possível porque eu já viajei muito... Quando se está fazendo um intercâmbio muitas coisas são incontroláveis também, você não sabe dizer o que vai encontrar até chegar ao destino, até o dia amanhecer, até conhecer outras pessoas... Na verdade, você tem que viver um dia de cada vez, acreditar que vai dar tudo certo, e confiar no universo. Pelo menos comigo, nas viagens, isso sempre deu certo, de um jeito ou de outro, e aqui, na quarentena, acho que é mais ou menos isso também...

As viagens, assim como tempos incertos como este, nos forçam a sair das nossas "zonas de conforto", e a perceber que não temos o controle de tudo, e que as vezes, o melhor a fazer é tentar viver o momento, da melhor maneira possível.

A internet pode cair, a luz acabar, você pode estar bem e de repente sente aquela vontade de chorar... respire fundo, e lembre-se que nada é para sempre, e que amanhã é outro dia!

Isso nos leva a segunda habilidade: organização e saber separar o meu espaço e o espaço do outro.

Não é porque não podemos controlar o futuro que vamos viver a deriva, certo? Planejamento e organização nesse momento são muito importantes. Eu, por exemplo, moro em um apto relativamente pequeno, com meu noivo, isso quer dizer que se eu não pensar e planejar minha rotina, e ele a dele, nossa relação espaço x tempo ficará comprometida.

Posso dar vários exemplos de como aprendi como isso era importante, a primeira delas foi quando dividia cabine com colegas de trabalho, no navio de cruzeiro. Em um espaço minúsculo como uma cabine é impossível não aprender a organizar suas coisas, e entender a importância de respeitar o espaço do outro, por menor que ele seja... rs

Outra experiência que vivi, e que me ajudou até a tomar a decisão de sair da casa dos meus pais e ir morar sozinha foi o intercâmbio que fiz para os Estados Unidos. Lá, morei na casa de uma jovem jornalista que era a rainha da organização. Com ela aprendi até como organizar cardápios e armazenar comida porcionada. A Mafer era incrível mesmo, ela conseguia separar tudo e ainda assim, fazer eu me sentir parte da casa e da família dela. Muitas das coisas que faço em casa hoje, aprendi com ela.
Ceviche feito pela Mafer para o jantar -
Intercâmbio Washington DC, 2014.
Ceviche feito por mim, 2020.

E para terminar, a terceira habilidade é: ter empatia e saber lidar com a saudade.

Quando estamos vivendo em outro país ou outra região, com outras culturas, você aprende a ver o mundo de outras formas, e com o tempo, você começa a entender que os lugares são muito parecidos, a praia é sempre praia, a natureza é sempre viva, o que muda são as pessoas. Seus hábitos, costumes, tradições, culturas. E quando você entende isso, é muito mais fácil lidar e ter empatia com elas... Claro que os sentimentos vão surgir, você se identifica mais com algumas pessoas, as vezes sente um certo incômodo com outras, mas aprende a respeitar cada um, pois entende que cada um vê a vida a seu modo. Acho que esse é o principal aprendizado das viagens de intercâmbio e que tem me ajudado a viver esses dias de quarentena; mas é claro que as sessões de terapia semanais também ajudam muito... rs

O fato é que pessoas são pessoas, somos seres únicos e estamos vivendo experiências e contextos distintos, cada um na sua realidade. Eu sei, as vezes é muito difícil compreender e aceitar isso, acho até que é por isso que toda pessoa que retorna de um intercâmbio tem dificuldade de se adaptar novamente em casa, com a família, amigos... Mas, nesse momento em que estamos todos tendo que ficar em casa, acho que é uma oportunidade de tentar conhecer e/ou se conectar com as pessoas que estão mais próximas, como se fossem viajantes que acabamos de conhecer...

Pessoas queridas pelo mundo: minha família da Guatemala, Mafer e sua família (Colômbia), Hoger (Alemanha) e colegas de relações internacionais (Espanha, Grécia e Normandia). 
Aproveite para conversar com seus pais, fazer um resgate das histórias de família, revisitar os albuns de fotografia, fazer as pazes ou retomar o contato com aquele amigo distante, com certeza isso vai te ajudar a manter-se com esperança que dias melhores virão...

Eu acredito que o mais importante nessa vida são as pessoas, e, pela minha experiência de vida, ao se interessar pelo outro, você consegue entender e ajudar a sí mesmo também.

E outra coisa, não deixe que a distância faça você se sentir sozinho, liga, manda mensagem, faz vídeochamada, organiza aquela live em família... hoje em dia é mais fácil conseguir se comunicar, e isso já ajuda muito quando o assunto é saudade...

E você, também acha que o intercâmbio te ajudou ou pode te ajudar a superar crises? Compartilhe suas experiências comigo!

Quer saber mais sobre intercâmbio? Curta e siga a página/perfil do projeto "Preparando Pro Mundo" no Facebook e Instagram: @anapdeque

Bjs, fiquem bem e cuidem-se mto!









quinta-feira, 26 de março de 2020

O que aprendi com a epidemia e uma quarentena da então desconhecida "Gripe Suína"?

Olá pessoal, espero que todos estejam bem e se cuidando nesse momento extremamente delicado que estamos vivendo...

Situações como essas nos colocam em alerta constante, e com isso acabamos ficando muito preocupados e angustiados, e ainda mais suscetíveis a ter crises de ansiedade e de stress, por isso, resolvi compartilhar com vocês um pouco de uma experiência que vivi em 2009, a bordo de um navio de cruzeiros: uma epidemia de H1N1, que ficou conhecida como "Gripe Suína", e que nos colocou de quarentena em pleno mar do Caribe...

Eram as primeiras semanas do meu segundo contrato em cruzeiros marítimos, em uma rota pelo Caribe, onde passávamos por Aruba, Curaçao, Isla Margarita na Venezuela, San Martín e Cartagena na Colômbia, e pequenas ilhas como Santa Lucia, Barbados e Granada. Haviam 03 embarques de passageiros por semana. No embarque em Aruba, a maioria dos passageiros chegavam de um voo fretado da Espanha; em Cartagena, a maioria dos embarques eram de Colombianos; e no embarque em Isla Margarita, a maioria, Venezuelanos.

Tudo começou mais ou menos como as primeiras notícias sobre a COVID-19, se escutava que havia uma nova doença, seus sintomas e propagação ainda eram desconhecidas. Naquele caso, começou no México. Uns diziam que a causa era a carne de porco, outros que era uma gripe muito forte, mas nada era muito concreto. As primeiras medidas foram parecidas com as do início da pandemia aqui no Brasil, lavar as mãos, limpar e higienizar tudo e usar álcool em gel.

Eu trabalhava na recepção, e uma das responsabilidades desse cargo era cuidar de alguns procedimentos administrativos quando chegávamos ou saíamos de um porto, tais como: emitir lista de passageiros a bordo, relatar e/ou reportar emergências ou casos específicos de passageiros e tripulação, coisas como um desembarque não previsto, etc. Cada departamento do navio fazia seu relatório, o Engenheiro de maquinas, o Capitão, sobre a navegação, e o Médico a bordo fazia o reporte de casos de doenças ou emergências de saúde. Esses processos são realizados para que o navio receba a autorização das autoridades locais para atracar ou sair do porto. Na maioria das vezes as autoridades recebem esses relatórios antes do navio atracar, e em alguns casos, pode haver até uma fiscalização interna antes da autorização.

Bom, o primeiro caso de H1N1 detectado a bordo foi de uma pessoa da tripulação, que desembarcou para receber cuidados médicos em um hospital, não me lembro ao certo mas acho que foi em Barbados. Depois disso, corria a informação (na famosa "radio peão"), de que outros tripulantes também estavam com os mesmos sintomas e que estavam sendo isolados em suas cabines. Mas nada era formalizado e as atividades a bordo aconteciam normalmente, incluindo o embarque de passageiros no porto de Isla Margarita daquela semana.

A situação da tripulação foi se agravando rápido, muitas pessoas começaram a apresentar os sintomas da H1N1, dia após dia ouvíamos que mais 5, mais 10, 20, 30 já estavam isolados e doentes. Enquanto isso, os passageiros desfrutavam normalmente das atividades dentro do navio, sem nem desconfiarem do que estava por vir...

Até que, na chegada ao porto de Santa Lucia, o navio não recebeu a autorização para atracar, devido a quantidade excessiva de casos suspeitos a bordo. Foi ai que começamos a entender a gravidade da coisa. Para tentar controlar uma situação de pânico total que comprometeria a saúde e segurança de todos, nós da recepção fomos orientados a não informar aos passageiros sobre a real situação, ao invés disso, dizíamos que não havíamos atracado naquela ilha pois ali havia uma epidemia do novo vírus, mas que no barco todos estavam bem e a salvo.

Trabalhando dobrado na recepção, mas nos ajudando para tentarmos nos manter sãos e salvos.


Paralelo a isso, nos bastidores, os diretores e a ponte de comando faziam reuniões para estudar o cenário, nós também participávamos de algumas reuniões, onde eram dadas as orientações e esclarecidas as medidas que deveriam ser tomadas, mas tudo a curto prazo, pois todo o contexto mudava a cada minuto. 

Trabalhamos dobrado naquele período, e ainda tínhamos que estar plenos e sorridentes para não transparecer para os passageiros, e fazíamos isso porque conhecíamos as possíveis consequências que uma crise de pânico podia causar a bordo. Porém, logo eles também se deram conta que havia alguma coisa errada...

O próximo porto que iríamos atracar também não nos aceitou, e assim aconteceu com 3 portos seguidos. Não teve jeito, no terceiro dia de crise o Capitão fez um pronunciamento explicando a situação aos passageiros. Foi quando se instaurou um pouco do caos a bordo. Algumas pessoas gritavam conosco, questionavam a decisão do Capitão; apareceu médico, especialista em epidemia, e tudo mais... Mas, a maioria estava muito tranquila e paciente, entendiam que estavam todos no mesmo barco, literalmente. 

A solução encontrada foi navegar rumo a Isla Margarita, que aceitou efetuar o desembarque dos passageiros Venezuelanos, e depois seguir com um dia de navegação para Aruba, para o desembarque dos demais passageiros. 

Os pronunciamentos do Capitão também seguiram, dia após dia, como uma forma de manter a todos informados, mas sempre com muita seriedade.

Depois do desembarque dos passageiros, as autoridades do porto de Aruba determinaram que nós, tripulantes, deveríamos ser vacinados e ficar de quarentena dentro do navio, acho que por 5 ou 7 dias, não me lembro ao certo... Respeitamos as ordens, afinal, não havia nada de diferente a se fazer. Os casos de doentes confirmados e / ou de saúde debilitada foram encaminhados para hospitais locais. 

Eu lembro de sentir muito medo em alguns momentos, e em outros, exaustão. Como a comunicação com o mundo exterior era muito difícil, nós não tínhamos notícias e nem falávamos com nossos familiares. Só quando já estávamos em quarentena oficial que eu consegui ligar pra casa e falar com minha mãe. Vejo que isso, naquele momento, nos ajudou a tentar manter a calma e focar na busca das soluções. Sabíamos que era arriscado, que a companhia teria muitas perdas, tínhamos receio de perder nossos postos de trabalho, mas isso acabava sendo compartilhado com quem estava ao lado, literalmente. As suposições diminuíam e a consciência de fazer o que se deve aumentavam. Seguíamos as orientações, pois sabíamos da seriedade do momento.

Durante a semana de quarentena, sem passageiros, mantivemos uma rotina de trabalho, fazíamos aquelas tarefas que sempre ficam pra depois, sabe? Organização de arquivos, limpeza do escritório, treinamentos orientados pela área de Recursos Humanos da empresa, fazíamos reuniões de equipe, essas coisas... E no tempo livre, nos reuníamos em nossas cabines pra assistir um filme, ou até numa noite de karaokê improvisado.
Karaokê com equipamento profissional da nossa Chief Purser.

Tem alguns detalhes, alguns bons e outros um pouco ruins, que não vou contar pra vocês, mas acho que o que aprendi com essa experiência foi:

* Que tudo nessa vida tem solução, e que o bem mais precioso é a nossa saúde. Sem ela, não adianta muito estar na viagem dos seus sonhos ou no emprego ideal;
* Que tudo uma hora passa, e por isso preciso me manter forte e sadia pra recomeçar depois;
* Que a união realmente faz a força, e que precisamos cuidar-nos uns aos outros sempre.

O que quero dizer é, que não sei como será amanhã, a pandemia de Coronavírus é, de longe, muito mais perigosa que aquela que vivi no navio. Mas, acredito que cada um fazendo a sua parte, com consciência, perseverança, vamos estar ainda mais fortes e unidos quando tudo isso acabar.   

Cuidem-se bem e por hora #fiqueemcasa 



terça-feira, 16 de abril de 2019

Terminei meu mestrado, e agora? possibilidades de intercâmbio para Mestres

Olá pessoal,


Estou a duas semanas tentando terminar esse post, acho que a minha banca de defesa de mestrado do dia 04/04/2019 me deixou meio estasiada...  Finalizei um ciclo importante da minha vida, apresentei minha dissertação: O Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional do Centro Paula Souza: percepção do aluno participante, no Programa de Gestão e Desenvolvimento da Educação Profissional da instituição.
Banca de Defesa de Mestrado.
Fonte própria.


Fazer o mestrado foi a experiência que me proporcionou mais amadurecimento até agora, pessoalmente e profissionalmente. Entender o porque das coisas fez eu rever minhas "verdades" e ser mais equilibrada nas minhas convicções, principalmente porque abordei um tema que me encanta e que acredito muito, a internacionalização da educação e as contribuições dos Programas de Mobilidade Acadêmica. Na pesquisa, verifiquei a percepção dos estudantes que participaram desse tipo de programa, quanto as orientações e assistência recebida durante o processo de pré-embarque, prestada pela equipe de relações internacionais da instituição, e também, os desafios que esses alunos enfrentaram para participar e as contribuições desse tipo de experiência para suas vidas profissionais.
Quero aproveitar esse espaço para agradecer a todos os alunos que participaram da pesquisa, vocês foram incríveis! E dizer que assim que entregar a versão final do trabalho, compartilharei o texto e resultados da pesquisa com vocês.
Algum dos alunos participantes da 3ª edição do Programa de Mobilidade Internacional do CPS.
Fonte própria.

Depois de terminada essa saga que é escrever uma dissertação de mestrado, agora vem aquele momento de disseminar seu trabalho, e com isso existem algumas possibilidades de intercâmbio, quer ver só?

Submeter artigos para congressos e eventos internacionais:

Participar de congressos e eventos internacionais é uma das maneiras mais interessante de se conectar com especialistas, professores, pesquisadores, e descobrir oportunidades na sua área de pesquisa. Vou falar por mim, não é fácil ter um artigo aceito em um evento, mas pode ter certeza que escrevê-los para envio auxilia e muito no seu processo de aprendizagem porque faz com que você revisite sua pesquisa e deixe-a o mais atual e completa possível.

Desenvolver nossas pesquisas com professores de outras instituições (nacionais e internacionais):

Escutei isso de um professor em um evento semana passada, ele estava contando que leu sobre uma
Pesquisa desenvolvida pelo Profº Gustavo Borba
em parceria com pesquisadoras norte-americanas,
apresentada no Fórum de Lideranças da Educação.
Fonte própria. 
pesquisa feita nos Estados Unidos por professoras de um College, e se interessou muito pois o tema ia de encontro ao que ele estudava. Ele entrou em contato com as pesquisadoras norte americanas e propôs fazer a mesma pesquisa aqui no Brasil, em universidades da região dele, e deu super certo. 



Candidatar-se a Programas de bolsas de estudos no exterior:

Uma informação importante de salientar aqui é a diferença dos cursos de mestrado na Europa. Depois do processo de Bolonha, esses cursos passaram a ter uma carga horária de 90 a 120 Créditos Europeus (ECTS), ou seja, em mais ou menos 03 semestre você conclui o curso, contando com o desenvolvimento da pesquisa, obrigatória na maioria dos programas. O diferencial dos mestrados europeus são as especificações. O objetivo desses cursos é formar especialistas em suas área de atuação. Há cursos para todas as especialidades e com linhas de pesquisa das mais diversas. Pra saber mais sobre cada curso o melhor é pesquisar na página das universidades de seu interesse. 


Pátio da Universidade de Coimbra, Portugal. Fonte própria.


No site Master Studies você consegue pesquisar os principais cursos de mestrado oferecidos no mundo: https://www.masterstudies.com.br/Mestrado/  
A página web da União Europeia fornece informações bem interessantes sobre os processos para estudar na Europa e as bolsas de estudos do Programa Erasmus + : https://europa.eu/youreurope/citizens/education/university/study-abroad/index_pt.htm


Muitas dessas instituições costumam oferecer bolsas de estudos para os programas de mestrado, fique atento nos prazos e requisitos e utilize aquela premissa básica: "o não você já tem, corra atrás do sim...".   
Pra saber mais sobre oportunidades e bolsas de estudos você pode consultar a página do Estudar Fora:
https://www.estudarfora.org.br/tag/mestrado-na-europa/


 
recaPitulando: depois de concluir o mestrado é possível se envolver em projetos e conseguir algumas oportunidades de intercâmbio bem interessantes. Continuar pesquisando e produzindo artigos, difundir sua dissertação nos eventos nacionais e internacionais, buscar parcerias com professores para novas pesquisas e se inscrever para processos de bolsas de estudos podem ser um caminho para o início de uma oportunidade dessas... 
Provavelmente os resultados esperados não virão na primeira tentativa, mas se você estiver buscando e se preparando, a chances de ter sucesso aumentarão proporcionalmente também. 
Bons estudos e boa sorte! ;) 










quinta-feira, 28 de março de 2019

Rotina de um tripulante de navio de cruzeiro

Oie, que bom ver você por aqui, esse é mais um post do Projeto Preparando Pro mundo!


Há umas semanas eu fiz um post falando da minha experiência em cruzeiros e dei algumas dicas de como conseguir um trabalho desses (https://anapdoque.blogspot.com/2019/02/passo-passo-para-trabalhar-em-cruzeiro.html ).
Navio Ocean Dream atracado no porto de Barbados, 2009.
Fonte própria.
Como foi uma postagem que teve bastante acessos, e como recebi umas dúvidas de pessoas que leram e se interessaram, resolvi falar um pouco sobre a vida a bordo para te ajudar na decisão de viver essa aventura:

1. Rotina de trabalho
A rotina de trabalho a bordo é definida de acordo com seu cargo e função e com os 03 grupos de hierarquia a bordo (Crew, Staffs e Officers). Por exemplo, as funções de crew (serviços de alimentação, limpeza e manutenção; estão nesse grupo os garçons e auxiliares, cozinheiros e auxiliares, bartender e auxiliares, camareiros e auxiliares de limpeza, etc), trabalham de 10 a 14 horas por dia, sendo 10 horas em dias "normais" e 14 horas em dias de embarque e desembarque de passageiros. A escala de trabalho é variável e geralmente se trabalha por turnos com horas de descanso ao longo do dia. Por exemplo, você pode iniciar seu trabalho no turno da manhã, das 07h ás 12h e retornar ás 16h para o segundo turno. Seu horário de descanso será do meio dia ás 16h e depois a partir das 21h.
Se o navio tiver atracado no porto durante o seu período de folga, você pode desembarcar para visitar o local, lembrando sempre que precisa cumprir os horários da sua escala e de retorno para o barco.

Na recepção, eu trabalhava com uma escala rotativa, cada semana estávamos em um turno. Como os recepcionistas são considerados oficiais, tínhamos uma escala de 8 horas diárias e de 10 a 12 horas em dias de embarque e desembarque. Os turnos normais eram: das 8h ás 12h e das 16h ás 20h na primeira semana, das 12h ás 16h e das 20h ás 00h na segunda semana e das 00h ás 08h na terceira semana, e assim sucessivamente.
O mais interessante era estar no turno da madrugada (meia noite ás 08h) porque era possível passar o dia todo fazendo o que bem quisesse e era bem mais tranquilo trabalhar nesse horário.   

Iniciando o turno da noite. Dani e Coty felizes por estarem indo embora.
Fonte própria, Ocean Dream, 2009.


2. Cabines para tripulação
A hierarquia a bordo também define o tipo de cabine e com quantas pessoas você vai dividi-la. Para o crew, geralmente são cabines para 04 pessoas, staffs e tripulantes considerados oficiais, como recepcionistas, por exemplo, são cabines para 02 pessoas. Geralmente você dividirá a cabine com alguém da sua área. 
2ª cabine, linda e com janela, no Empress, 2008.
Fonte própria.

1ª Cabine, nem tão linda assim, no Empress, 2008.
Fonte própria.















Polêmica: namoro ou relacionamento a bordo
Geralmente não é permitido, então não pense que você poderá dividir sua cabine com seu par, claro que na prática é um pouco diferente. Rolam umas trocas de cabine "extra oficiais" mais a gente finge que ninguém sabe disso, assim como as famosas e que nunca aconteceram "cabin parties" 😁

3. Alimentação
Todos os navios de cruzeiros tem áreas para a tripulação, nela está o restaurante chamado de "Crew Mess". Alguns tem a área especifica para crew e staffs e outra para officers, mas a comida é a mesma. O Crew Mess abre em 03 períodos, de manhã (07h ás 10h) para o café da manhã, para o almoço (11h ás 14h) e jantar (18h ás 20h). Alguns servem um lanche na ceia também mais é bem restrito.

Obs_ Officers e Staffs podem comer nos restaurantes de passageiros desde que estejam de uniforme. Mas na rotina isso não vira uma prática, mal dá tempo de você pensar em fazer isso na verdade. 😞 
Jantar para comemorar o aniversário da querida Pilar, no restaurante dos passageiros, Empress 2008.
Fonte própria.

A comida não é das piores, mas enjoa com o passar do tempo. Há dias que você vai querer desembarcar para comer qualquer coisa que não seja do crew mess. Foi assim que eu me viciei em todos os fast foods que existiam, principalmente no Taco Bell de Aruba. 😏


4. Consumo a bordo
Todo o consumo a bordo é pago por meio do seu crew pass (cartão de embarque do tripulante) e descontado do seu salário mensal. Você pode consumir coisas no Crew Bar (bar da tripulação), nas lojas (há promoções para a tripulação de vez em quando) e nos bares e restaurantes de passageiros (para aqueles que podem frequentar essas áreas). 

Crew bar, o lugar mais divertido de todos! Com minha irmã Guatemalteca July.
Ocean Dream, 2009. Fonte própria.

5. Atenção, muita atenção: embora haja um bar para a tripulação, também há um doutor a bordo que pode te convocar a fazer um exame a qualquer momento para detectar se você está trabalhando bêbado ou se consumiu drogas recentemente, por isso, cuidado! 

Apesar de ser uma rotina intensa e estressante, a vida a bordo também é bem divertida e nenhum dia é como o outro. É uma experiência que te faz amadurecer e entender coisas importantes como respeito as normas e segurança e cuidado de si e com os outros. 

Crew partie da gripe H1N1, ficamos de quarentena no Ocean Dream por uma semana por causa da tal "gripe suína", eu com meu crew pass na mão, eu tava rindo mas tava preocupada... 😅  Fonte própria, 2009.
Espero ter ajudado você a ter mais noção desse tipo de trabalho, se quiser saber algum detalhe, ficarei feliz em responder suas dúvidas, pode comentar aqui no blog ou na página do projeto #PreparandoPromundo no Facebook: https://www.facebook.com/anapdeque/ 

Semana que vem tem mais um post ;) 

Fiquem em Paz!


       

sexta-feira, 22 de março de 2019

Pensando em longo prazo - as oportunidades de intercâmbio de podemos alcançar lá na frente

Olá Pessoal,

Esses dias, conversando com alunos na Etec percebi que por mais que as oportunidades de intercâmbio tenham aumentado e se popularizado por conta das facilidades, não só da circulação das informações com a internet, além da evolução dos transportes, serviços e com o processo de globalização que tornaram esses programas mais acessíveis, ainda que caros, muitos acreditam que esse é um sonho impossível de se conquistar.

E de verdade fico triste por não poder dizer que é diferente, que todo mundo tem a oportunidade de fazer um programa de intercâmbio. Isso é mentiroso e seria esnobe na minha parte. Mas, posso dizer que se você conhecer os tipos de programa, as bolsas de estudos e como elas funcionam, pode tentar se planejar para daqui a 2 ou 3 anos, conseguir fazer seu primeiro intercâmbio ou uma viagem dessas.
Eu, em um restaurante mexicano na minha primeira viagem sozinha à Bahia, em 2007, nessa época tinha muitos sonhos mas não tinha a mínima ideia de tudo que podia realizar e de todos os programas de intercâmbio e viagens internacionais que iria fazer... Morro de São Paulo, BA, 2007.

O segredo está em conhecer, ter a informação, e as vezes isso dá um pouco de trabalho.
Uma vez fui numa palestra onde estavam bolsistas brasileiros da Fundação Carolina, um deles comentou que o Brasil é um dos países que tem menos solicitações de bolsas de estudos, isso considerando o fato da Fundação ter uma bolsa específica para professores brasileiros. Agora, por que será que isso acontece? Posso dizer por mim, quando me deparei a primeira vez com o processo de seleção deles, achei melhor nem me inscrever pelo tanto de coisas que era solicitado. Errei feio, numa dessas eu poderia ter sido contemplada pela pouca demanda de bolsistas... 😶

PS: a Fundação Carolina é uma fundação espanhola que oferece bolsas de estudos para cursos de pós graduação (mestrados e doutorados) e bolsas para professores brasileiros, quer saber mais? Confere o post: Professores brasileiros Podem se inscrever para as Bolsas de Estudos da Fundación Carolina 

Fiz uma pesquisa com alunos participantes do Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional do Centro Paula Souza e 70% deles relataram que o grande desafio para participar do Programa foi o aspecto financeiro. Realmente, se analisarmos, não é qualquer pessoa que pode ir para outro país estudar, mesmo que com bolsa de estudos (nesse programa o aluno não paga matrícula nem mensalidade nas instituições de destino e há universidades na Argentina, Bélgica, Chile, Espanha, Holanda, México e Portugal), mas tendo que arcas com todas as despesas de viagem e no país de destino, documentação, vistos, passagem aérea, seguro viagem, alojamento, transporte e alimentação  na cidade de destino durante quase 5 meses ( o intercâmbio é de um semestre acadêmico). Por outro
Fonte: Divulgação site ARInter. 
lado, como o Programa é realizado todo o semestre para alunos das Fatecs; você pode tentar começar a se planejar no primeiro ano do curso para participar do programa. Por exemplo, tivemos alunos que optaram estudar em determinados países (Argentina e Portugal) porque tinham parentes que residiam lá e que podiam recebê-los, assim economizariam com a hospedagem. Outros optaram por países da America Latina porque o custo de vida é mais baixo, alguns pesquisaram sobre os institutos em Portugal e descobriram que por estarem localizados em cidades pequenas, os custos de vida também eram mais baixos que na Espanha, Bélgica e Holanda. Você tem que levar tudo isso em consideração e ir buscando alternativas para conseguir os recursos. 
Uma outra dica são as chamadas "vaquinhas virtuais" ou projetos de financiamento coletivos, prometo fazer um post sobre isso qualquer hora dessas... ;)

OBS: As inscrições desse semestre para o Programa de Mobilidade Internacional do Centro Paula Souza já estão abertas, mais informações, consulte o site da ARInter: https://www.cps.sp.gov.br/arinter/abertura-de-edital-para-programa-de-mobilidade-academica-promaips/ 

Quanto dinheiro você precisa ter para fazer um programa desses? Tivemos alunos que fizeram com + - R$12.000,00, o equivalente a 3.000 Euros (valor da bolsa de estudos do Programa de bolsas Ibero-americanas do Santander Universidades). 

Um site bacana, que tem informações sobre os países, cursos, e custo de vida nos lugares é o da Universa, fundação do Banco Santander: http://www.universia.com.br/estudar-exterior

Programas de Bolsas internacionais do Santander Universidades: O Santander tem 02 programas de bolsas de estudos internacionais para universitários, o Top Espanha, que concede uma bolsa de 03 semanas para cursar espanhol na Universidad de Salamanca, Espanha com tudo pago, passagem aérea, alojamento, curso durante o período, transporte interno e alimentação, e o Programa de Bolsas Ibero-Americanas: concede uma bolsa-auxílio de 3.000 Euros para cursar um semestre acadêmico em instituições conveniadas da Ibero-América (America Latina, Espanha e Portugal).
Podem participar dos programas, alunos das instituições brasileiras conveniadas com o Santander. Há períodos específicos de inscrições e geralmente o processo de seleção é feito internamente pela instituição de ensino, por isso, se informe na sua Faculdade se ela é conveniada ao Santander Universidades e fique atento nos prazos e procedimentos de inscrição. Leia o edital! Repito, Leia o Edital!

Para maiores informações, consulte o site:  https://www.santander.com.br/universidades/formacao

Evento de embarque do Programa Top Espanha edição 2018 com os 02 alunos e 01 docente,  selecionados das Fatecs. Fonte própria, 2018. 

Outra opção para aqueles que querem fazer um intercâmbio mas não conseguem arcar com um semestre fora do país ou não estão fazendo faculdade, seria fazer um curso de idiomas no exterior, por exemplo. Há alguns países com programas de inglês e trabalho nas férias; o que você receber não vai dar pra compensar os gastos mas pelo menos será uma ajuda de custo para alimentação e outros gastos durante a viagem...
Ou um programa de Au Pair, que é aquele que você trabalha cuidando de crianças na casa de família de nativos, no exterior (Estados Unidos, Alemanha, Espanha, França) ou ainda, o programa de estágio no exterior para universitários. 
Prometo contar mais sobre esses programas nos próximos posts, mas já falei um pouco aqui ó: https://anapdoque.blogspot.com/2019/02/programas-de-intercambio-planejamento-e.html Programas de Intercâmbio - Planejamento e Paciência Pra achar a melhor opção Pra você

Com Bob Dylan no Museu Madame Tussauds em Washington DC, EUA. Fonte própria, 2014.

Ou seja, não é fácil conseguir fazer um intercâmbio, mas certamente, se você conseguir realizar um, será uma experiência de vida que mudará sua forma de ver o mundo, portanto, se você tem esse sonho, planeje-se, busque todas as informações, estude muito, que quem sabe ele está mais próximo do que você imagina?

Fiquem em paz e até a próxima ;)






quinta-feira, 14 de março de 2019

Como encontrar bolsas de estudos no exterior? - 2º passo para o Planejamento de Intercâmbio


Olá Pessoal,

Esse post vai ser bem objetivo, vou dar algumas dicas de como procurar e se candidatar para programas de bolsas de estudos no exterior, mas antes, preciso reforçar um detalhe importante:

Para conseguir uma bolsas de estudos, você terá que se candidatar e participar de processos de seleção. Se você quer ser um escolhido, vai precisar se destacar, para isso, precisa elaborar ou atualizar seu currículo, separar seus certificados, etc.

É importante ter um objetivo específico também, por exemplo, traçar um perfil de bolsas
"Tienes que estar donde calienta el sol"
viagem de férias, Santiago -
Chile. Fonte própria.
de estudos que você gostaria de aplicar (se inscrever), definir a área, o país, o tipo de bolsa, e fazer aquela autoanálise básica pra saber quais são suas aptidões... (ensinei uma técnica bacana no ultimo post que pode te ajudar com isso – a análise FOFA: https://anapdoque.blogspot.com/2019/03/planejamento-para-intercambio-1-passo.html ).


Agora que você já sabe o que tem que fazer, vamos ao que interessa:


Tem um autor que diz que “quem não sabe o que procura, não identifica quando encontra”. Buscar editais de programas de bolsas de estudos é como procurar emprego, as oportunidades são divulgadas geralmente pelas instituições estrangeiras, por consulados desses países no Brasil, por algumas ONGs, agências de intercâmbio...

O primeiro passo é ler tudo! Tintim por tintim! Saber do que se trata, para que é a bolsa de estudos, qual o programa, área, quem pode aplicar, quando, quanto tempo, quanto dinheiro ou que investimentos precisam ser feitos, qual o prazo de inscrições, documentos para a inscrição, enfim...

Dicas:
1. Siga todos os perfis nas redes sociais, das instituições de destino de seu interesse, curta as páginas dos consulados dos países de interesse no Brasil, as páginas que divulgam informações de intercâmbio (#preparandopromundo por exemplo) e, se você é estudante, informe-se sobre programas de mobilidade e intercâmbio na sua instituição de ensino.

2. Nunca se inscreva nos primeiros dias nem no último, as vezes naquela ansiedade de fazer a inscrição, não nos atentamos para algum detalhe importante. Se você tem tempo para fazer a inscrição, aproveite-o, leia o edital com calma, separe seus documentos, prepare tudo com tranquilidade.

3. Se você não atende os requisitos, não se inscreva. Por exemplo, a bolsa de estudos é para formados em química e meu curso é de administração; preciso apresentar um certificado de proficiência de inglês, mas nem tenho fluência no idioma. Isso acaba queimando o candidato com a instituição.

4. Procure se inscrever em programas que você realmente tem interesse em participar. Algumas instituições abrem a seleção para programas simultaneamente, ou por semestre, e se você aceitar uma bolsas de estudos de um programa, não pode participar de outro na mesma instituição, então, pense bem nas alternativas antes de tomar uma decisão, pois isso afetará suas escolhas lá na frente 😉   


Aula inaugural dos cursos livres da Universidad San Carlos de Guatemala, 2012. Fonte própria.



Sites e aplicativos para buscar bolsas de estudos:

1. Procura bolsas no mundo todo? Na página da Partiu Intercâmbio, criada pela Bruna, que é especialista em bolsas de estudos no exterior pois já conseguiu 07, dos 09 programas de intercâmbio que fez, há um buscador de bolsas de estudos. Você pode buscar por país ou por categoria (tipo de curso): https://partiuintercambio.org/bolsas-de-estudo/ 

2. Quer estudar no Reino Unido? O Grant Fairy é um aplicativo desenvolvido por um jovem da Inglaterra para ajudar alunos a encontrarem bolsas de estudos no Reino Unido, você baixa o app no seu celular, preenche o perfil e ele busca os editais e programas disponíveis. O único detalhe importante é que o app é todo em inglês: https://www.grantfairy.com/


Loja M&M´s World em Londres. Fonte própria. 

3. Link de sites dos organismos internacionais que promovem iniciativas educacionais e bolsas de estudos para estudantes brasileiros. Nesses órgãos se pode pesquisas informações de programas e projetos, consultar editais, etc: http://www.dce.mre.gov.br/estudar_exterior.php

Com todas essas informações, você já pode dar um novo passo no seu projeto de fazer um intercâmbio. E lembre-se, tenha tranquilidade e organize-se. O tempo é o senhor de todas as coisas (acho que ouvi isso numa novela, filme de época ou conto de fadas... rsrsrs). 
Carruagem para passeio em São Petersburgo, Rússia. Fonte própria, 2008.

Você pode começar a se planejar e buscar as bolsas que quer aplicar para o próximo ano ou pra daqui um tempo e se preparar para elas... que tal?


Bons ventos e até o próximo post...

Fiquem em Paz!